Quem Entende: Michela Galvão

A WEB 3.0 promove maior diversidade, equidade e inclusão. Mas será que apenas a tecnologia basta?

Por Michela Galvão

Olhando para a minha trajetória, um dos fatores que sempre esteve presente e me motivou a seguir em frente, apesar de todos os desafios que enfrentava, foi a certeza do impacto social que as novas tecnologias eram capazes de proporcionar mesmo nas camadas mais humildes da população.

Hoje, quando vejo a viabilidade de uma Internet mais democrática e descentralizada, que utiliza a mesma infraestrutura existente por trás das criptomoedas, percebo o quanto a tecnologia Blockchain está revolucionando e mudando o mundo como conhecemos. Mas, antes de continuar, acho importante fazer um resgate e explicar de forma resumida como foi que chegamos até aqui - como a Internet democratizou a comunicação. 

Conhecida como a primeira geração da internet, a WEB 1.0 possibilitou a criação de buscadores e a localização de documentos e notícias baseadas em hipertextos e hiperlinks.

Já a WEB 2.0 caracteriza-se pelo surgimento das redes sociais e aplicativos que possibilitaram as interações como conhecemos até agora. A questão, porém, é que com isso, o poder ficou concentrado nas plataformas e empresas que oferecem esses serviços, significando que as nossas informações pessoais se tornaram mercadoria de troca, acabando, assim, com toda a privacidade. 

Finalmente, chegamos ao conceito de WEB 3.0, considerada uma nova geração da Internet que devolve para o usuário todo o poder que estava antes concentrado nas plataformas, redes sociais e comunidades centralizadas.

Sendo assim, cada dia surgem novas tecnologias descentralizadas que promovem a interoperabilidade, democratizando o acesso a todas as inovações que estamos experimentando hoje, como: Tokenização, DeFi (Finanças Descentralizadas), ReFi (Finanças Regenerativas), Metaverso, NFTs (Tokens Não Fungíveis) e as DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas).

São essas as tecnologias que estão possibilitando a criação de iniciativas de impacto social e ambiental pelas dezenas de comunidades surgindo dentro da WEB 3.0 baseadas no modelo das DAOs: Organizações Autônomas e Descentralizadas, nas quais tudo passa pela Blockchain, o que garante, além de autogerenciamento, também um nível maior de transparência, inviolabilidade, rastreamento e segurança.

Esse sistema tem permitido uma maior democratização do acesso a diversos recursos, financeiros ou não, já que a própria comunidade avalia, monitora e acompanha, através de regras de consenso pré-estabelecidas, toda a execução dos projetos, além de ter acesso à prestação de contas baseada no que já havia sido pré-definido.

Nesse contexto, podemos perceber diversos setores da sociedade se apropriando dessa tecnologia e apresentando seus projetos que tratam de economia circular, economia criativa, economia colaborativa e do compartilhamento, proporcionando mais equidade de gênero, inclusão social e digital, facilitando o acesso a esses recursos de forma menos burocrática e excludente.

Mas a tecnologia sozinha não basta.

A falta de mulheres se beneficiando das vantagens da tecnologia Blockchain afeta desproporcionalmente as mulheres negras. Segundo reportagem da Tech Crunch de março de 2022, 16% dos artistas NFT são mulheres. Este grupo recebeu apenas 5% do faturamento da indústria multibilionária. Quando falamos de investimento, mulheres negras representam apenas 4% dos investidores em criptomoedas no mundo todo.

Foi da vontade de mudar esse cenário que, em 2020, surgiu a “Diversas Criptos”, que tem como objetivo trazer mais diversidade e inclusão para o Mercado Cripto através do compartilhamento do meu conhecimento de mais de 20 anos empreendendo com novas tecnologias. Foram meses de trabalho intenso - em muitos momentos solitário, cheio de desafios e quebra de paradigmas -, mas que, agora, vejo, aos poucos, dando frutos com a chegada de novas parcerias extremamente importantes, como o Project EVE NFT (do qual sou Embaixadora), que incentiva o protagonismo das mulheres para estarem à frente da WEB 3.0. 

Quero dizer a você que todas essas novas tecnologias relacionadas a Blockchain estão impulsionando a criação de um mundo novo cheio de possibilidades. Acredito, genuinamente, que a descentralização é uma realidade que vem proporcionando maior acesso às oportunidades, melhor distribuição de renda, inclusão social e digital, regeneração ambiental e maior segurança e privacidade de dados. Assim, permite-se que mulheres, pessoas pretas, moradores de periferias (vilas e favelas) e pessoas LGBTQIA+ deixem de ser apenas números e passem a ser tratados como cidadãos, pessoas capazes de protagonizar modelos de negócios sustentáveis, exercendo, assim, sua cidadania plena com dignidade.

Te convido a estudar mais sobre WEB 3.0 e todo o impacto da Blockchain. Nos vemos no Futuro!

Anterior
Anterior

Editorial: Mundos Paralelos

Próximo
Próximo

Radar Moda #3